" Somewhere over the rainbow Skies are blue, And the dreams that you dare to dream Really do come true. "
A culpa é de Lineu |
O mundo está habituado a dividir todo o mundo em duas metades de Mundo. Os "iguais a mim" e os "diferentes de mim".
Ou se é A ou se é B.
E se não for nenhum dos dois, é-se um alien.
Acho que não se deve discutir, nem sequer pôr em causa esta questão do Mundo. Principalmente se pensarmos como é complicado a questão da rotulagem e, ainda por cima, agora com isto da crise, não vamos querer andar por aí a gastar etiquetas à toa.
Há que poupar as letras do alfabeto, não vá um dia serem precisas para escrever as cartas de despedida.
No entanto, e como sou alien, sou também do contra (faz parte dos nossos atributos esverdeados). E toda esta necessidade quase que visceral e doentia, de fazer todo o mundo encaixar nos caixotes de plástico etiquetados, traz-me por vezes uma ligeira irritação cutânea. Daquelas comichões que, por muito Fenisitil que se ponha, parece que custam a passar.
Mas, porque raio, o mundo, dividido em metades de Mundo, por sentir, pensar, desejar, rejeitar isto, aquilo, ou aqeloutro, tem de ser colocado e dividido em parcelas pré-remexidas?
Então e se o alguém fôr simpatizante deste, engraçar com aquele, preferir disto, mas consumir daquilo? Já não encaixa em lado nenhum e baralha as metades, certo?
"Sai uma etiqueta Verde!", e deixas de fazer do sistema.
Será assim tão necessário andar a registar "Se X, faz Y, então é B. Se W, faz R, então é A .." e depois acabamos perdidos, quando não entendemos nada.
Para escolher A, é necessário perceber o B. Para rejeitar o B, é fulcral que se comprenda o A.
E, no entanto, o mundo que divide todo o mundo em metades de Mundo, não entende é nada do assunto.
Todos a assumir o papel de treinador de bancada mas, sem sequer se saber, o melhor é deixar a rotulagem para outros mundos, que este já anda com autocolantes a mais.
mas pensas tu que isto pode ser assim?
entras na minha vida como quem não quer a coisa, fazes-me transformar em garota da escola durante não sei quanto tempo agarrada ao telemóvel à espera de mais uma mensagem, à espera de mais um desafio, e, depois, como quem não quer a coisa outra vez, desapareces.
desapareces da minha vida.
apareces nos meus sonhos.
e eu não me lembro de te dar qualquer tipo de autorização para isso. mas, como sempre, não fosse já do teu modo de ser, desobedeces às regras e ignoras os trâmites legais da coisa.
já sei que vivo na terra das ilusões (andam a dizer-me isso desde os meus 5 anos e, sinceramente, estou já um bocadinho farta de o ouvir), mas a verdade é que, sim, mais uma vez, enterrei a cabeça nessa terra colorida e deixei o corpo de fora, não fosse dar-se o caso de tu passares e me vires resgatar.
imaginei que, por muitos trambolhões que o planeta desse, esta nossa capacidade de ultrapassar o que nos rodeia iria permitir que se esquecesse o desejo e ficasse a vontade.
a vontade de trocar palavras e desafios durante horas.
de jogar a bola para o teu lado, e depois tu para o meu.
a ver quem é que era capaz de aguentar mais tempo sem se descair ou sem deixar a bola partir.
mas parece que tu querias que agora ficasse sempre do meu lado. e eu atirei de volta para o teu. não agarraste. deixaste-a no chão .e agora imagino uma qualquer criança a passar e a levá-la para casa, a pensar que foi o Pai Natal que a deixou no caminho para ela.
deixaste-a no chão e viraste-me as costas. preferiste fingir que não se passava nada do que lidar com a ideia de que as coisas teriam que ser diferentes, mas que se manteriam iguais.
viraste-me as costas. e entras-te nos meus sonhos.
e eu não suporto isso.
porque te quero poder dizer tudo isto e nos sonhos simplesmente me sorris com aquele sorriso que sempre achei muita piada.
porque te quero tocar e nos sonhos simplesmente me embalas com aquela tua voz que sempre me deixou a voar.
agora a nossa história já tinha passado de validade há algum tempo.
e, mesmo assim, guardava-a na prateleira com a vontade de a agarrar e relembrar contigo quantas vezes quiséssemos.
mas estragaste-a de vez.
quando desapareceste da minha vida, e apareceste nos meus sonhos.
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