Carta a T(i).

não estavas. bastou-me entrar para o sentir.
a porta bateu com força atrás de mim e fez aquele barulho que faz sempre, desde que me conheço a entrar naquela casa. (devias dizer ao senhorio).
pousei as malas, o casaco, percorri as paredes com o olhar e o meu andar levou-me directamente ao quarto. aquele sítio onde partilhámos tanta coisa.. luz acesa, luz apagada. o sol a nascer .
mesmo quando não estás a tua presença é mais forte do que qualquer outra coisa!
tanta coisa que vivi nestes últimos tempos e tu sem lá estares e, no entanto, parece que, sozinha, consigo partilhar contigo o que não falamos ou falámos.

sabes ?
na última semana vivi todo um carrossel de recordações. longe dos lugares, perto das pessoas! e soube tão bem .. afinal, parece que ainda estou viva !
depois ..
veio o fim de semana .o voltar a estar e encontrar tanta coisa daquela que (afinal) não se perdeu. a esperança de te poder ver e o entusiasmo de saber que, não estando lá, estavas a viver tudo comigo !
o voltar a acreditar que as pessoas fazem bem às pessoas. o voltar a caminhar por entre um mar de gente e fechar os olhos, e imaginar que assim é a vida. feliz.
e eu cheia de vontade de te dizer e te mostrar e dar-te a conhecer todas aquelas pessoas, as vozes, as canções, os olhares, as conversas, as danças, as bebidas, as emoções, palpitações ..

mas sabes também ?
acabou a semana. acabou o fim de semana.
e acabou o encantamento. sim, porque tenho quase a certeza que foi isso mesmo que aconteceu. uma varinha de condão que me levou de volta àquele lugar encantado de antes, e que, qual cinderella me trouxe de volta ao mundo cinzento de mim.

não faz mal. estive lá. regressei. partilhei. e um dia destes ..pode ser que volte !

(e a varanda de tua casa tem sempre aquela magia ! )

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