e, no entanto, estou deitada do teu lado na cama



enquanto falávamos, enquanto eu falava e não ouvias, enquanto eu calava e tu despejavas, estive ali sempre. aqui do teu lado, a ver-te destruir construções (que, afinal, mostraram-se ser de areia). prometi-te que ia ficar, que te ia amar e acalmar e que a culpa era, como sempre, toda minha. deitou-se a lua, nasceu o sol e não fui capaz de fechar os olhos. porque entretanto estive a recolher as pedras que me atiraste, os paus com que me feriste e construí um castelo. com uma porta de ferro e um dragão à entrada. fechei-me lá dentro e deitei a chave para o rio, cheio da água que de mim escorreu. 
tranquei-me. 
por uns dias ali quis ficar no segurança gelada das paredes de pedra. por uns dias não quis sequer espreitar a luz, com medo de que o quente do sol me fizesse pensar que era o teu toque que me aquecia novamente. 
e agora perdi a vontade algures nos corredores, comida pelas aranhas ou levada pelos morcegos que, afinal, viviam dentro de mim.
preciso ganhar novamente a vontade de pegar na tua mão, olhar-te e deixar as borboletas entrar bem cá dentro. preciso de novas e muitas borboletas! mas dizes-me que não me entendes, por ti está tudo bem. apenas depende de Mim.
mas não vês que estou na outra margem, estou por trás do portão e o dragão que contratei para me proteger de ti, simplesmente não se vai embora sem as palavras mágicas? não vês que tens de pegar na armadura e no cavalo, lutar contra os meus fantasmas, passar o rio e subir à torre mais alta? não vês que o meu coração só desgela quando souber que é isto que queres, é isto que desejas com todas as tuas forças? não vês que o feitiço não desaparece só com palavras soltas e vontades desfeitas?
porque, se não fores capaz de o fazer, então esta princesa ficará à tua espera, sem forças para sair sozinha.
girls don't fall in love with fun

mexer os pés . tocar com as pontas dos dedos na água ..


que se lixe a liberdade ! eu quero é a areia ... criar ondas no lago. 

porque não quero que me contes mais nada

the terrible thing about the truth is that sometimes you find it

cada medo esconde um desejo [ disseste-me tu]

estás longe . juntamente com o quilómetros e a distância . os receios de sempre às vezes perco-os pelo caminho e hoje deixei um saco cheio deles naquela estação. aqueles bancos dizem tanto de nós e tão pouco de ti, na verdade, têm inscrito neles aquilo que nos conduziu aos destinos que não pudemos, naquela altura imaginar. não toco sequer no telemóvel, nem para ver as horas. prefiro esperar e perguntar à senhora do lado, ou deixar que o relógio atrasado do comboio me mostre o tempo que (ainda) não passou. prefiro continuar com as borboletas cá dentro, pensando que, quando olhar para ele vai dizer-me que pensaste em mim, do que deixar cair por terra aquilo que sei irreal . não por não seres capaz de o fazer (e fazes tantas vezes!), mas porque não podes sempre adivinhar a minha urgência de saber de ti. 
quero poder dar-te sempre tudo aquilo que precisas. o que a ti falta, em mim transforma-se em vazio também. mas sei que não posso sempre estar para ti, porque existe o tu dentro da bolha que foste criando ao longo dos mundos por ti passaram. posso continuar a tentar subir a montanha e sei, no fundo, que não vai ser preciso chegar ao topo, porque, eventualmente, vais descer e encontrar-me no planalto. é lá que as coisas são calmas e, na maioria das vezes, é lá que nos encontramos. 
um dia vou ser capaz de deixar de esperar que me adivinhes. porque vou ser capaz de me entender, de ouvir a voz que me fala em línguas que, muitas vezes, a maioria das vezes desconheço. 

não há planos para os sonhos mas, apesar disso, eles tornam-se realidade ..

( about sunflowers )


( ... )
but ... just when He was about to start over, He realized  that's what made them beatiful. They were a brilliant mistake.
like you and me.

locked inside myself

( and I need some explanations ! )

getting away with it all messed up

' quando ligaram os seres humanos devem ter trocado os fios, não achas ? '

white lies

nada paga aqueles minutos em que a música toca lá ao longe e eu fico aqui à tua espera. posso perfeitamente ver como é ser a água que por ti escorre e, no entanto, a minha vontade é de me manter entre as mantas e continuar a ouvir a rádio rouca. porque sei que muito para além da loucura que nos mexe, vive aquilo que nos cola um ao outro.
gosto de pensar que não preciso de caminhar sempre na tua direcção. tu adivinhas o percurso. e mesmo quando não o fazes, sabes bem como fingir que sim. e eu sei que finges. e não me importo.
no fim de contas há sempre de voltar o o momento de banda sonora desadequada (nada como nos filmes), e e o meu coração vai sentir-se cheio. 
a solução é não bater palmas e manter a posição erecta . assim nunca te enganas
look for me first in every crowded room. i know i will !

o que é que nos falta, quando queremos a outra metade do tudo ?

ontem à noite tive a pálida sensação de te ter visto. mas, afinal, eras apenas o fruto daquilo que não aconteceu. e eu jantei ali, sozinha e do teu lado, uma comida que, pelo tempo, parecia já não existir 

hipolito

‎" sans toi, les emotions d'aujourd'hui ne seraient que la peau morte des emotions d'autrefois "

logo hoje ...


porque é que não largaste tudo e me vieste socorrer como sempre faço contigo ? se for preciso dou-te do meu oxigénio, queres ? eu respiro por ti .
mas tu ...
" deve ser um sentimento que eles não conhecem .e depois a cena da entrega nossa deve ser aquele nosso instinto maternal aquela cena do querermos salvar meio mundo sentir que temos esse poder " (S.)
e hoje quero mesmo poder ser egoista e dizer que preciso que queiras salvar o meu mundo! eu não me importo. dou-te esse poder ! porque me sinto sem nenhum ...

aquele momento I ...

...em que te apercebes que querias conhecer o Adam Sandler para lhe pedir o comando da TV emprestado para calar algumas pessoas, subir o volume de outras. Parar o tempo por uns momentos (largos). Fazer com que o sol aparecesse lá fora.
( e depois perceber que nada disto tem relação com o mundo ).

romance

and I know I may come to doubt it but if I ever wish 
I wish we could all believe


é meu desejo

que recebas da chuva aquilo que o vento não traz ...

ou então chumbinhos de pesca !

tenho cá um pressentimento que anda por aí alguém a detectar as nossas movimentações. Deve ser daqueles que andam lá no alto, ou por baixo da terra, a descobrir os momentos de cada um. Assim, é quando estamos prestes a saltar para o ar numa de nos deixar a pairar, que vem e atira com um saco de pedras de aço.
para cairmos e batermos com a cabeça no chão.

(mas olha lá, quem é que tá direito hein?)

a ironia de uma aula sobre asfixia (this feeling is so hard that i can't breathe)

eu sabia que havia algo que me incomodava nos jeitos.
há coisas que simplesmente se sabem.
não entendia se eram as palavras ou a expressões (perfeitas deambulações), 
suspeitei (até) das intenções.
sabia que havia algo que me deixava inquieta e, de vez em quando, ocorriam segundos em que, claramente, o relógio parava para mim, e o som passava a arrastar-se. mantinham-se os movimentos, e eu suspensa no que não tinha fundo.
acabei por entender que a gentileza enjoativa e a atracção mística que surgiam em jactos, não eram mais do que ecos de ti. desenhados nos espelhos que aquela sala criou.
não me consegui mover mais. 
a caneta parou e a letra deixou de escrever aquilo já nem sequer faria sentido aos olhos de quem lá ouvia.
os pensamento fugiram com a pressa de quem se inibe pelo medo, e eu deixei-me ficar perdida por entre as conversas sibilares.
eras tu.
e eu não fui capaz de escapar daquele turpor!

07h50

..e há um dia em que a alma nos rebenta nas mãos!