A culpa é de Lineu |

O mundo está habituado a dividir todo o mundo em duas metades de Mundo. Os "iguais a mim" e os "diferentes de mim".

Ou se é A ou se é B.
E se não for nenhum dos dois, é-se um alien.
Acho que não se deve discutir, nem sequer pôr em causa esta questão do Mundo. Principalmente se pensarmos como é complicado a questão da rotulagem e, ainda por cima, agora com isto da crise, não vamos querer andar por aí a gastar etiquetas à toa.
Há que poupar as letras do alfabeto, não vá um dia serem precisas para escrever as cartas de despedida.
No entanto, e como sou alien, sou também do contra (faz parte dos nossos atributos esverdeados). E toda esta necessidade quase que visceral e doentia, de fazer todo o mundo encaixar nos caixotes de plástico etiquetados, traz-me por vezes uma ligeira irritação cutânea. Daquelas comichões que, por muito Fenisitil que se ponha, parece que custam a passar.
Mas, porque raio, o mundo, dividido em metades de Mundo, por sentir, pensar, desejar, rejeitar isto, aquilo, ou aqeloutro, tem de ser colocado e dividido em parcelas pré-remexidas?
Então e se o alguém fôr simpatizante deste, engraçar com aquele, preferir disto, mas consumir daquilo? Já não encaixa em lado nenhum e baralha as metades, certo?
"Sai uma etiqueta Verde!", e deixas de fazer do sistema.

Será assim tão necessário andar a registar "Se X, faz Y, então é B. Se W, faz R, então é A .." e depois acabamos perdidos, quando não entendemos nada.
Para escolher A, é necessário perceber o B. Para rejeitar o B, é fulcral que se comprenda o A.
E, no entanto, o mundo que divide todo o mundo em metades de Mundo, não entende é nada do assunto.
Todos a assumir o papel de treinador de bancada mas, sem sequer se saber, o melhor é deixar a rotulagem para outros mundos, que este já anda com autocolantes a mais.
mas pensas tu que isto pode ser assim?
entras na minha vida como quem não quer a coisa, fazes-me transformar em garota da escola durante não sei quanto tempo agarrada ao telemóvel à espera de mais uma mensagem, à espera de mais um desafio, e, depois, como quem não quer a coisa outra vez, desapareces.
desapareces da minha vida.
apareces nos meus sonhos.
e eu não me lembro de te dar qualquer tipo de autorização para isso. mas, como sempre, não fosse já do teu modo de ser, desobedeces às regras e ignoras os trâmites legais da coisa.
já sei que vivo na terra das ilusões (andam a dizer-me isso desde os meus 5 anos e, sinceramente, estou já um bocadinho farta de o ouvir), mas a verdade é que, sim, mais uma vez, enterrei a cabeça nessa terra colorida e deixei o corpo de fora, não fosse dar-se o caso de tu passares e me vires resgatar. 

imaginei que, por muitos trambolhões que o planeta desse, esta nossa capacidade de ultrapassar o que nos rodeia iria permitir que se esquecesse o desejo e ficasse a vontade.
a vontade de trocar palavras e desafios durante horas.
de jogar a bola para o teu lado, e depois tu para o meu.
a ver quem é que era capaz de aguentar mais tempo sem se descair ou sem deixar a bola partir.
mas parece que tu querias que agora ficasse sempre do meu lado. e eu atirei de volta para o teu. não agarraste. deixaste-a no chão .e agora imagino uma qualquer criança a passar e a levá-la para casa, a pensar que foi o Pai Natal que a deixou no caminho para ela. 
deixaste-a no chão e viraste-me as costas. preferiste fingir que não se passava nada do que lidar com a ideia de que as coisas teriam que ser diferentes, mas que se manteriam iguais.
viraste-me as costas. e entras-te nos meus sonhos.
e eu não suporto isso.
porque te quero poder dizer tudo isto e nos sonhos simplesmente me sorris com aquele sorriso que sempre achei muita piada.
porque te quero tocar e nos sonhos simplesmente me embalas com aquela tua voz que sempre me deixou a voar.
agora a nossa história já tinha passado de validade há algum tempo. 
e, mesmo assim, guardava-a na prateleira com a vontade de a agarrar e relembrar contigo quantas vezes quiséssemos. 
mas estragaste-a de vez. 
quando desapareceste da minha vida, e apareceste nos meus sonhos.

afinal eles aparecem sem se chamar

E os fantasmas desaparecem por si ...

... basta saber fazer pffffff.

ghostbusters

alguém tem o número verde dos caçadores de fantasmas ? é que tou a precisar de mandar uns quantos fora !

vezes dois .

deve ser disto que são feitos os sonhos .(pesadelos?)
fazemos asneira atrás de asneira e ficamos à espera que alguém se dê conta entretanto, para não termos que ser nós a abandonar.
às vezes é mais fácil pensar que vamos ser julgados pelo crime, em vez de ter de confessar a intenção.
e nem sequer sei, no meio de tudo isto, se quero mesmo cumprir pena.

" de que é que precisas? "

' não param as gralhas, as reticências, as interrogações '

" da Th. "

uma noite foste lá a casa . deves lembrar-te, porque foi a única. 
esperei que saísses do importante jantar .preparei a cama .a média luz ..quase adormeci à medida que o relógio ia correndo cansado .quando chegaste nem sequer fiz um esforço para acordar e ganhar energia para te receber .não era preciso .contigo, era capaz de dar a volta ao mundo a pé, e não me queixar do cansaço nem das dores nos pés. (e nunca foste capaz de perceber isso! )
chegaste .olhaste-me e despiste-te, esperando que eu fizesse o mesmo .assim o fiz .
não queria nunca desapontar-te, nem nos gestos, nem nas acções .(e muito menos nas palavras...)
estávamos já deitados e suados quando o gato obeso entrou .mal o viste, a tua primeira reacção foi desatar a rir, daquela maneira tão parva e infantil com que te rias quando não pensavas em mais nada. viraste-te para mim com o ar de gozo e começaste a cantar "bólinha dxi futxibol, ólha a bólinha dxi futxibol".
e eu ri-me.
por ser parvo .por seres tu ao meu lado, a dizer-mo !
a partir desse dia sempre que me telefonavas lembravas-te do "bólinha dxi futxiból". e eu voltava a rir-me.
sempre.
por ser parvo .e por seres tu ao meu lado, a dizer-mo !
e desapareceste .nunca mais me falaste .e eu passei a fingir que não exististe.
e hoje fui lavar a loiça do jantar .e bebi o leite na caneca em forma de bola de futebol .e a "bólinha dxi futxibol" voltou-me ao pensamento .e ,por momentos, tive vontade de partir a loiça toda e atirar o escorredor mais o fairy e esponja pela janela .e a seguir partir as portas dos armários .e dessarrumar o chão ao mesmo tempo que fazia buracos nas paredes.
tudo isto porque, na verdade ,bem sabes que o meu corpo ainda não esqueceu totalmente o teu .
e tudo o que (não) fizeste e (não) me dizeste dói mais do que a realidade de teres deixado de ser real em mim.

( e este sentimento ainda revolta mais que o facto de simplesmente existir).

' pelo sonho é qe vamos '

existem pessoas.
existem momentos.
e existem pessoas que fazem os melhores momentos.

butterfly effect

momentos de fraqueza.
de ingénua certeza, seguidos destes soluços de incerteza. Quanto a ti e quanto ao mundo.
sei que quero ficar aqui, onde que aqui seja. e, no entanto, não deixo de temer que as vontades sejam feitas apenas da rapidez das palavras e que as demonstrações minhas não deixem de ser fruto do conteúdo vazio por demasiado tempo.
aquilo que aquece muitas, e a maioria, das vezes, disfarça inconsequentemente tudo o que simples e repetidamente não desaparece
( ou aparece em jeitos de intervalos sem se revelar por demasia, lavando a abandonar irrepetidamente os cortejos ).

e a teimosia, no final de contas, deixa sempre pontas por atar.

pure morning

acordas de manhãzinha. 
está na janela aquele sol amarelo que ainda não aquece mas que, mesmo assim, já não te deixa dormir mais.
levantas.te para fechar as portadas porque não há nada como um quarto bem escuro para fazer enterrar fantasmas e mergulhar deep down naquele sono que deveria ser reparador ou apagador de histórias.
e, de repente, o frio da janela lembra-te que, afinal, há calores que não esqueceste e, por momentos, queres tanto voltar a eles que os teus pés parecem quase desgarrar do chão.
assustas-te pela força e energia que afinal as desfocagens ainda têm. seguras.te bem à mesa que tens a teu lado para que não haja sequer a possibilidade de viajares.
fechas as portadas muito depressa e com muita força
assim desaparecem os monstros e escondes as lágrimas, não vá dar-se o caso de alguém entrar de repente.
e corres para a cama para te esconderes debaixo dos lençois, do endredon, e da manta. e mais tecidos houvera para que nem tu própria pudesses ver o que a força do tempo ainda não foi capaz de fazer desaparecer.

quarto 115

daqueles dias em que queria:

  • uma massagem nos pés 
  • chocolate preto
  • uma cama previamente aquecida por um corpo para explorar a seguir
  • ginger.ale com rodela de limão
  • ( já mencionei a massagem nos pés?)
realidade (nua a crua): um quarto de hotel vazio, televisão com má recepção e uma cama a meu lado por abrir.

" e no Bairro mais alto do sonho "

tentei (obrigar-me) a acreditar que ia ser igual. e convenci-me disso por uns tempos. 
sabia bem que as aparências valem sempre pelo que valem, e as desilusões consomem os poucos fôlegos dissonantes que vamos tendo, à medida que os quadros escorrem pra um outro universo perdido nas dimensões do tempo.
convenci-me que podia ser contigo aquilo que foi, e era, com os outros. chegava-me perto de ti, não te ouvia nem falava. olhava mas não te via. e vinha-me.

[na mais pura e orgulhosamente egoísta forma de o fazer]

convenci-me por uns tempos, até, que as vontades de desejos eram meras gotas daquelas chuva que dizem molhar os tolos e, assim, eu ficaria encharcada sem sequer ter que perder muito tempo a pensar nisso. e as consequências seriam bastante óbvias; ninguém gosta de andar à chuva e tu, sem casaco para te protegeres, irias facilmente embora, virando costas a meus cabelos a pingar.
mas ficaste. 
e eu continuei a convencer-me de que seria apenas pelo calor das coisas e que, apesar de a chuva ter terminado, o frio de mim, e de minha pele na tua, seria perfeitamente competente para te virar do avesso e levar-te para os caminhos longe da poeira azul dessa estrada que (quase nunca) percorro.
achei que, se te ouvisse, te cansarias de me falar; e que, se te falasse de mais, te cansarias de ouvir. 
na demasiada verticalidade dos encontros perdidamente escondidos, te cansarias de esperar pelo prémio de consolação.
quis achar que, se te sorrisse o sorriso terno, te sentirias culpado, e que essa culpa te pesaria no corpo, mais do que a vontade que eu tinha de estar contigo
se eu conseguisse afastar-te de mim, antes de querer demais a tua presença, o problema estaria bem mais que resolvido, e não seriam precisos shots de whisky nem lenços de papel cor-de-rosa e aromatizados, para me ajudar a ultrapassar a tua não vivência em mim. a falta de um processo continuado na minha dorsal aflita.
mas, afinal, não te cansaste de falar nem de me ouvir. e eu fiquei ainda com mais vontade de te ouvir e de te contar o mundo, nas conversas de segundos sem paragens. não te sentiste culpado com o meu sorriso, e eu deixei-me levar pelo teu.
para onde?
não sei.
só sei que me raptaste em teus braços, no teu cheiro, no teu corpo, e que me levaste para um mundo que não sei onde fica.
( pergunto-me, por momentos, se as M's teóricas não, serão, na prática, mais reais que os sonhos em que acreditamos poder tocar ? )
se o abandonar agora , tenho a certeza de que ficarei perdida. não sei o norte nem o sul. e nem mesmo o sentido de orientação mais puro seria capaz de colocar na rota certa. porque, teria de saber onde estou e para onde quero ir.
e só sei que, por agora, quero deixar-me ficar por aqui. 

2x2

há dias em que a paciência para as coisas do tamanho dos legos nos falta.

turn off the light .

na incessante e infortuita busca do interruptor de pensamento .
é nestas alturas que o desejo de, simples e puramente, obter o vazio, me leva a meditar sobre quão agradável, certamente, seria viver no vácuo das intenções.

i don't wanna change him, i just want him to be the best he can be

as mulheres não querem um produto final, procuram antes um produto 'montável' .

Pregos

Nada de complexo, apenas um reflexo
Todas as loucuras têm o seu nexo
Já não digo o mesmo das emoções
Experimentadas nas minhas invariáveis deambulações

dois .

passou tempo de mais. fizeste.me perder a linha de pensamento. agora já só posso inventar palavras e nenhum de nós vai gostar disso. 

sacos de farinha

já passa bem da meia.noite e a tua caixa de mensagens já está cheia. tentas sempre virar a cara às evidências. são quase três da manhã. depois passas pelo processo de engano futuro e finges não ter plena consciência do mecanismo forçado a que te obrigas, de forma a esconder o que não queres ver. descobres que, na maioria das vezes, esse esforço não leva a lado nenhum e que, afinal de contas, vais ter que colocar a farinha no mesmo saco.
cinco da manhã. damn. até estava a gostar de fingir que não estava na altura certa de largar as nuvens .

Convrsas com a S.

acho que, no fundo, agora ja não consigo acreditar em nada do que me dizem.

chego à conclusão que, se as mulheres nascem com o gene do masoquismo, os homens nascem com o da teatralidade.

os pontos no i's ou acabar com esta te(n)são de vez .

combinamos dia e hora .marcamos o local com um X. 
chegamos de cima, descemos do altar e cada um de nós finge que não sabe que, no fim de contas, foi para isto que se inventaram as cortes .
desnecessário trocar palavras .a semântica custa demasiado caro a quem, por bem, diz o que não sente e que, a seguir, apenas desmente. o olhar, se não se cruzar, melhor ainda. assim se evita constrangimentos de maior e tolera-se melhor o risco de se perder no (des)encanto.
viramos costas e tiramos à sorte quem vai passar o pé no pó da estrada para apagar os vestígios do momento. ganha quem tirar o palito partido .não vamos querer que ninguém saiba. e, no fundo, não vamos queremos que mais ninguém viva aquilo que, secretamente, vivemos um com o outro. segredo de mim para ti .e de ti para mim. 
que eu fuja antes do tempo em que percebas que, na verdade, também te queria .e que desapareças antes que eu entenda que, afinal, eras mais sincero que cantador de cantigas do malandro.
fazemos um compasso de espera para que não nos vejamos, inadvertidamente, de regresso ao mundo.
e, eventualmente, fazemos questão de nunca mais nos falarmos.


(para) sempre.

tens a mania de me falar nesse tom de quem me conhece .e, não fosse isso ser verdade, faria todo o sentido o facto de me incomodar mais que desconverses, do que não puxares o assunto que tanto evitamos .tu porque não queres ouvir .e eu porque não to quero dizer. 
e, no entanto, continuamos a viver as promessas que um dia, além, fizemos. 
prometemos. 
até quando iremos cumprir ?

quando o telefone toca .

olha lá, mas afinal, quantas vezes terei de repetir ? sabes tão bem, ou melhor, que eu, que aquilo que finges quando me falas, é apenas o aceitar daquilo que ambos bem sabemos ser inevitável um dia. 
e, eu sei, tão bem, ou melhor, que tu, que aquilo que o universo discorda, é apenas do minuto que teimámos em existir .eu na tua .e tu na minha .
o que na verdade mora em nós agora, é o silêncio forçado de assuntos banalizados, socialmente (bem) escrutinados. porque quando queremos saber dos fogos que nos assistem, apenas temos coragem de nos perguntar um ao outro pelas águas remotas de uns (e outros) oceanos que deixámos por conhecer.
apenas temos coragem de perguntar pela água.
insípida.
e que essa (ao menos essa!) seja capaz de lavar decentemente os pecados que em nós guardamos sempre que em nós pensamos. 
tu porque não podes querer .eu porque não quero poder ameaçar-te.
e acabamos sempre nesse mesmo lugar .aquele que eu e tu conhecemos bem demais. olhos fechados .olhos abertos .como queiras !
isso já nem sequer nos interessa ...
quantas vezes terei de repetir que é lá que vamos acabar ?

a hora do sexo.

Sempre achei que o homem era um bicho estranho. agora cada vez tenho mais a certeza que mais do que estranho, é bicho. 
Dizia-me a L. no outro dia que ouviu na rádio um senhor dito entendido no assunto, que está cientificamente provado que os homens que têm muitas mulheres, são intelectualmente pouco desenvolvidos. e eu acredito. até porque se está cientificamente provado, quem sou eu para discordar? diz, então, o dito senhor entendido que os animais não racionais não são fieis às suas fêmeas porque o seu cérebro não lhes permite desenvolver laços de afectividade. aparentemente não há neurónios suficientes num qualquer canto de massa cinzenta.por outro lado, supostamente, o Homem já tem a capacidade de ter sentimentos, desenvolver afectos e, portanto, praticar a monogamia. 
chegamos então à clara, e algo triste e soturna, de que os homens que têm que andar por aí a molhar o pincel em tudo o que é tinteiro, são simplesmente cérebros andantes incapazes de se terem desenvolvido o suficiente para entender que fêmea devia haver só uma: a sua e mais nenhuma. 

(e pensar que o pinguim mantém a sua pinguina até que fique viúvo, e que o golfinho faz o amor na vastidão dos oceanos, pelo puro prazer de estar com a sua única e desejada golfinha) .

faz-me pensar: terei eu errado na espécie quando decidi vir ao mundo? 

so beautiful tonight .

roses are red
violets are blue
and I don't give a damn about you !

welcome to the anarchie of life !

D. : porque é que as pessoas não vêm com manual de instruções ?
S. : porque também não há regras

dizia a S. (II)

" o amor é pouco metódico ".

de facto, ainda não consegui descobrir um modus operandi que faça funcionar !

at lunch

só casos bicudos .

depois de ti .

 agora tenho a breve certeza de que não deixei de imaginar e criar tudo aquilo que, em mim, [por ti], pensei e senti .

e no meio disto tudo

consigo perfeitamente visualizar o batimento do meu coração. pum pum. pum pum. ligeiramente taquicárdico e, de quando em vez, a parar por breves segundos. taquicardia por insegurança. paragens alternativas por vontade de me perder. 
consigo perfeitamente visualizar o meu coração preso por um série de fios. daqueles brancos. semi-ensanguentados. esticam e encolhem a cada segundo e de vez em quando parte-se outro. bate no fundo do peito e doí como se fosse o relógio a parar mais uma vez, porque a pilha falhou ou a vontade foi apenas demasiado preguiçosa para lhe dar corda a um ritmo devidamente adequado ao contexto.
hoje era até capaz de jurar que, com esta dificuldade de manter um ritmo ao nível das constantes físicas de mim, se devem já ter quebrado uns dois ou três. (pelo menos. ) embora as feridas rasgadas me doam demais.
pudera quebrar todos de uma vez !

não os fios. 
os laços.

que me seguram. e apertam. e me mantêm perto daquilo de que me quero me afastar, mas que não me é possível pelas gravidades viscerais do mundo em que me mantenho. (teimosias de quem pretende fingir que não se apercebe que a solidão também corrói os metais de dentro).
tenho quase a certeza que hão-de inventar um dia, (os cientistas, não eu), a tesoura dos laços roubados no permitir das noites e dias. e, depois desse momento, em que em pegar nela e cortar as limitações, terminam as complicações. outras determinações. 
e, no meio disto tudo, tenho quase e praticamente a certeza que é no alfabeto que penso quando desejo que tudo pare. 

Um dia escrevi-te isto. Num outro dia vou dizer-to.

"Perdi qualquer interesse na tua pessoa. És bonito, atraente, inteligente, interessante. Diria até apaixonante. [e assim apaixonei-me. Mea Culpa]. Mas, por outro lado, és comodista, egoísta e acima de tudo não tens respeito por nada nem ninguém. [Nem mesmo por mim, que nunca te neguei nada da minha pessoa]. Não sabes o que é a compaixão, o dar ser receber, o dar pelo pelo prazer de o fazer [simples!], não entendes o que é sacrificar, por gostar. Sabes bem desprezar, magoar, ignorar e fingir que nem sequer é nada contigo! E, tudo isto apaga qualquer das qualidades que possas ter. Iludi-me. Afinal não és uma boa pessoa. Pensas que sabes tudo, mas ainda tens muito que aprender para ser um homem com H grande."

Não serves para mim.
YOU LOSE !

batalhas próprias

se me cortam a mão é com ela que me vou combater. Porque contra espadas há escudos, mas contra mãos erguidas e determinadas, não ha antídoto algum !

N.

Qual o sentido de haver um limite senão para o ultrapassarmos ?

TATEM

" o medo é como um holograma. Parece real, cheio de substância. Mas, quando se ultrapassa, não passa de uma ilusão "

queijo da serra.

ouvia eu tranquilamente a conversa de umas bondosas senhoras velhotas, no outro dia na paragem de autocarro, enquanto esperava o dito:

Bondosa Senhora Velhota 1: Coitadinho do Saramago. A pena que eu tenho dele é de ter morrido zangado com deus!
Bondosa Senhora Velhota 2: Ah pois é, coitadinho! Espero que pelo caminho se reconcilie com ele! Para que quando chegar lá acima, deus o perdoe ..
Bondosa Senhora Velhota 3: Ah ele é bondoso mas não gosta nada que os homens vivam uma vida toda zangados com ele.
Bondosa Senhora Velhota 1: (com ar claramente triste e ligeiramente alarmado) Ai minha nossa senhora. Espero mesmo que ele tenha sorte. 

Bom, vendo bem o estado da situação espero bem que ele se tenha lembrado de levar um queijinho da Serra para oferecer ao São Pedro.
Bem sei que o homem vivia imiscuído na população espanhola (esses malandros, nuestros hermanos!), mas de certo que a veia, bem portuguesa, do Factor C, vulgo cunha 'bem metida', ainda lhe palpitava apesar do coração parado. 

É que, tal como dizia o Filipe Luis "Ler um livro de Saramago é como comer queijo da serra: qualquer queijo consumido a seguir não sabe a nada".

oh i wish .

Nós não desejamos coisas fáceis. Simples. Procuramos sempre coisas difíceis, inatingíveis. 
Sabemos que, muito provavelmente, não as vamos alcançar. Mas desejamos na mesma. Porque, às vezes, as coisas boas acontecem, e os desejos acabam por deixar de ser desejos e passam a ser realidade
E, porque assim quando as conquistamos podemos sentir-nos fortes e poderosos. Capazes de qualquer feito no mundo. Somos a força e o poder. A vontade que corre e não se perde no caminho.

E, se não as conseguirmos conquistar, a culpa será sempre de terem sido, logo à partida, demasiado difíceis para os conseguirmos conquistar. (Já o sabíamos).

E é por isso que os sonhos estão sempre nas nuvens, onde, por muito que estiquemos o braço, nunca conseguimos lá chegar .

computorizações

Dizem que o mundo dos computadores é um mundo de homens. E, talvez por isso, funcionam ambos de forma tão semelhante.

Por isso é que eu prefiro macintosh.
Não mexes nas "entranhas" do computador. Tens rápido acesso à informação que queres, e ele organiza tudo por ti. É quase como uma secretária pessoal. Pedimos e ele dá. Mas não temos que mexer em nada, ele organiza tudo sozinho. Como dizia a S. "Preferia um homem assim. Mas olha a falta disso, um mac ja vinha a calhar. "

Um homem assim era perfeito. 
Mas, como dizem que a perfeição não existe, temos de nos contentar com homens "versão windows": caóticos, desorganizados, confusos, dessarrumados e sempre a pedir upgrades e actualizações.
E eu, por enquanto, contento-me com o mac que tenho no colo e perco-me nestas ideias. 

"every passing minute is another chance to turn it all around"

" aquilo com que nos deitamos não é aquilo com que acordamos ", dizia um senhor do Mali num documentário sobre o Sentido da Vida.

concordo, às vezes, tão esmagadoramente com este senhor que deve ser por isso que sofro de insónias crónicas. o medo de perder aquilo que, inquestionavelmente, é mutável a cada porção de segundo .


nothing as it seems

.
era eu com medo de te ver.
com medo de não te encontrar
.

(não sei, ainda, se desiludida por te ter perdido na multidão antes de saber se eras)

' dormia tão sossegada '

E a lua estava lá fora
Para além do firmamento
A fingir que não sorria
Desse espantoso momento

estou preparada .

depois da S. dizer:

"Solta o animal que há em ti" 

e de isso me fazer lembrar o meu querido Dr. T (que saudades que tenho dele e de todas as fantasias que surgiam em jeito de o-que-eu-não-fazia-nesta-salinha-a-meia-luz-com-este-doutor-de-meias-a-condizer-com-a-calça-pierre-cardin) que me dizia: 

" pelo amor de deus, não seja gazela, seja Leoa ! " .

Mitos Urbanos


Vi isto e não consegui resistir!

Porque as mulheres vão em grupo à casa de banho

Quando TENS mesmo de ir a uma casa de banho pública, encontras uma fila tão grande de mulheres que até parece que o Brad Pitt está lá dentro a dar autógrafos.
Por isso, resignas-te a esperar, sorrindo amavelmente para as outras mulheres que também cruzam as pernas e os braços, discretamente, na posição oficial de "tou aqui tou-me a mijar!".
Finalmente é a tua vez! E então chega a típica "mãe com a menina que não aguenta mais" a dizer: "a minha filhota já não aguenta mais, desculpe, vou ter de passar à frente, que pena!".
Então espreitas por baixo de cada cubículo para ver se não há 
pernas de mulher a aparecer. Mas claro que estão todos ocupados (cada um exibe um par de pernas por baixo, que é o sinal internacional de "cubículo ocupado").

Finalmente, abre-se um e lanças-te lá para dentro, quase derrubando a pobre coitada que ainda está a sair. Notas que tem a bolsa pendurada ao pescoço e que está a escorrer em suor mas não lhe dás importância.
Entras e vês que a fechadura está estragada (está sempre! É a lei de Murphy em acção), mas não importa... Penduras a mala no gancho que há atrás da porta e... MAS QUAL GANCHO? Nunca há gancho quando se precisa de um! É ganchos e polícias.
Inspeccionas a zona, vês que o chão está cheio de líquidos indefinidos e fétidos, e não te atreves a pousá-la lá, por isso penduras a mala ao pescoço enquanto vês como balança debaixo de ti, sem contar que a alça  te desarticula o pescoço todo, porque a mala está cheia de coisas que foste metendo lá para dentro durante os últimos meses, a maioria das quais nunca usas, mas que tens no caso de...
Mas, voltando à porta... como não tinha fechadura, a única opção é segurá-la com uma mão, enquanto com a outra baixas as calças e as cuecas num instante e pões-te na posição...
Finalmente, que alívio... mas aí as tuas coxas começam a 
tremer porque nisto tudo já estás suspensa no ar há uns bons dois minutos, com as pernas flexionadas, as cuecas a cortarem-te a circulação das coxas, um braço estendido a fazer força na porta e uma mala de 5 quilos a cortar-te o pescoço!

Gostarias de te sentar, mas não tiveste tempo para limpar o assento da sanita nem a tapaste com papel. Interiormente achas que não iria acontecer nada, mas a voz da tua mãe faz eco na tua cabeça a dizer
"nunca te sentes numa sanita pública", e então ficas na "posição de aguiazinha", com as pernas a tremer e quase a gemer do esforço...
Então por uma pequeníssima falha no cálculo de distâncias, um fino fio do jacto salpica-te e molha-te até às meias! Com sorte não molhas os sapatos... é que adoptar "a posição" e mantê-la durante mais de dois minutos requer uma grande concentração e perícia apenas acessível aos praticantes de Yoga ou de Kamasutra.
Para distanciar a tua mente dessa desgraça, procuras o rolo de papel 
higiénico, mas… NÃO HÁ PAPEL! O suporte está vazio!

Então rezas aos céus para que, entre os 5 quilos de bugigangas inúteis que tens na mala pendurada ao pescoço, haja um miserável lenço de papel... mas para procurar na tua mala tens de soltar a porta...
Duvidas um momento, mas vês não tens outro remédio. E quando soltas a porta, alguém imediatamente a empurra, dá-te uma trolitada na cabeça que te deixa meio desorientada mas ainda assim consegues rapidamente travá-la com um movimento rápido e brusco de fazer inveja ao Chuck Norris enquanto gritas "OCUPADO!"
E assim toda a gente que está à espera ouve a tua mensagem e já podes soltar a porta sem medo, ninguém vai tentar abri-la de novo (nisso as mulheres têm muito respeito umas pelas outras).
Encontras o lenço de papel! Está todo enrugado, tipo um rolinho, mas não importa, fazes tudo para esticá-lo, finalmente consegues e limpas-te. Mas o lenço está tão velho e usado que já não absorve e molhas a mão toda, ou seja, valeu-te de muito o esforço de desenrugar o maldito lenço só com uma mão!
Então ouves algures a voz de outra mulher nas mesmas circunstâncias que tu a dizer em voz suplicante "alguém tem um pedacinho de papel a mais?"
Com o o galo que tens na cabeça da marrada da porta, o linchamento da alça da mala, o suor que te corre pela testa, a mão a escorrer.... Estás exausta!
Quando páras já não sentes as pernas, arranjas-te rapidíssimo e puxas o autoclismo a fazer malabarismos com um pé, muito importante! Depois lá vais pró lavatório.
No lavatório está tudo cheio de água (será mesmo água? lembras-te do lenço de papel... e das mulheres aflitas para usarem um cubículo quando não havia nenhum disponível…), então como não podes soltar a mala nem durante um segundo, pendura-la no teu ombro, não sabes como é que funciona a torneira com os sensores automáticos, então tocas até te sair um jacto de água fresca, consegues sabão, e lavas-te numa posição do corcunda de Notre Dame para a mala não resvalar e ficar debaixo da água.
Nem sequer usas o secador, é uma porcaria inútil, pelo que no fim secas as mãos nas tuas calças - claro, porque não vais gastar um lenço de papel para isso - e sais da casa de banho...
Nesse momento vês o teu namorado, ou marido, que entrou e saiu da casa de banho dos homens enquanto o diabo esfrega um olho e ainda teve tempo para ler um livro de Jorge Luís Borges enquanto te esperava.
"Mas por que é que demoraste tanto?" - pergunta-te o idiota. "Havia uma fila enorme" - limitas-te a dizer com expressão abatida.
E pronto, é esta a razão pela qual as mulheres vão em grupo à casa de banho, por solidariedade: uma segura-te na mala e no casaco, a outra na porta e a outra passa-te o lenço de papel debaixo da porta, assim é muito mais fácil e rápido, pois só tens de te concentrar em manter "a posição" e "a dignidade", que embora não pareça são duas coisas muito importantes.

retirado de http://doiscliques.blogs.sapo.pt/256167.html

porque há coisas que ..

o díficil é lembrar que ainda não desapareceste do meu imaginário de cores berrantes e sons adormecidos. fácil, mesmo, seria fingir que não existes. que não exististe. mas a minha capacidade de inventar ficou esgotada juntamente com a de te perdoar.

e agora ?

tenho saudades tuas.
daquelas a virar para o lado mais agressivo da questão.
das que provocam uma taquicardia (pouco) ligeira, aumentam a frequência respiratória e deixam um nó na garganta.
um pequeno grande vazio cá dentro.

tenho destas saudades.
o que faço se não to posso dizer ?

frases do facebook

' um dia digo.te a importância que tiveste '

tá prometido.

está a começar a ser difícil a espera


" Não achou resposta, as respostas não vêm sempre que são precisas, e mesmo sucede muitas vezes que ter de ficar simplesmente à espera delas é a única resposta possivel."


Ensaio sobre a Cegueira

recessividades

venho por este meio desafiar todos os biólogos e geneticistas do mundo (e, quiçá, arredores) a descobrir o gene feminino do "complicador".
digo feminino porque, claramente, toda a mulher nasce com o "complicador" incorporado, pronto a entrar em acção a qualquer momento.
se é recessivo ou não, não sei.
hesito.
talvez seja dominante dado a quantidade enorme e infindável de coisas, momentos, palavras e situações que podem despoletar uma crise aguda de complicadice.

seja porque imaginou A, queria que respondessem B, ouve C mas deseja D.
seja porque acha que os cabelos, de vez em quando, de manhã ganham vida própria e que, se alguém, lhe dirigir um mero 'bom dia', na verdade, está a pensar mal dela e portanto é uma sacana egoísta e invejosa (versão feminina) ou um cabrão ordinário cavageste daqueles versão bem antiga (versão masculina).
seja porque escolheu o azul, a pensar que o verde não seria bom, mas quando na verdade queria o amarelo, isto porque tinha medo de ter que vir a escolher o laranja.
seja porque foi à janela e inspirou fundo de mais.
seja porque lhe falta o ar ..
seja porque sim ..ou porque não.

a mulher é complicada mesmo.
não que o homem não seja. às vezes também o é (é por esta razão que eu digo que as leis da natureza nem sempre são perfeitas) mas basta depois dar-hes um sofázinho com imperial (whisky sem gelo para os mais selectos) e está tudo bem.
que me perdoem os homens. não pensem que com isto vos estou a reduzir a seres facilmente satisfeitos e bastante básicos. nada disso. era até uma forma (distorcida) de elogio escondido.
o problema não está em vocês. está, claramente, em nós !

porque primeiro não queremos nada. e não queremos que vocês queiram alguma coisa.
depois já queremos tudo. e ficamos danada por vocês quererem simplesmente o copo meio cheio.
se querem de mais, criticamos porque nos sugam.
se querem ir a meio gás, não ficamos nada contentes porque não se decidem.

se olham e comentam, é porque nunca estão satisfeitos com a produção.
se não dizem nada, é porque são demasiado distraídos e não ligam nenhuma.

queira alguém entender isto ...

eu própria, na minha condição de mulher, já desisti de querer entender.
a mim e a este género ao qual pertenço.

haja algum cientista que me faça entender isto!

(des)equilíbrio.

" todos nós dependemos dos outros para ser ainda mais felizes ". 
Raquel

dizia eu ontem à T. que nenhum Homem é uma ilha.
dizia-me o J. no outro dia que nenhum Homem é uma ilha, mas que ele era um arquipélago.

não quero ser ilha. nem arquipélago. quero ser continente rodeada por mil oceanos.

não fosse eu ser ateia ..

--não percebo.
desde pequenina que sempre pensei que os gigantes eram imortais! pelo menos quando via as imagens nos livros coloridos eles eram sempre invencíveis e nada os detinha ...
eu cresci a acreditar nisto!

e hoje tenho a maior desilusão da minha vida ao descobrir de forma abrupta, diria até repentina e quase desumana, ainda enramelada com a falta de orientação de quem acaba de acordar, que, afinal, os gigantes morrem ... um murro no estômago ... caiu-me uma lágrima. pequena. mas sentida.
tive vontade de fazer beicinho, olhar para a minha mãe e perguntar 
" -mas porquê, mãmã? ",
não fosse eu não tratar a minha mãe por mãmã e não fosse também eu suspeitar que a resposta dela fosse algo semelhante a 
" -esse comuna só peca por tardar! " 
com uma voz semi-enraivecida.

então passei o dia todo a tentar descobrir como é que um génio do tamanho de mil e uma palavras pode morrer assim!
como?
como é que alguém que vê o que a cegueira não deixa, que vive o que a morte vai deixando, nos abandona assim?
então e os livros que ainda não li ? os que ainda não escreveu ? os que ainda não pensou e os que imaginou?
mas ele ainda tava bom ! não tava 'dessaranjado' ! ainda escrevia .. muito ..e bem ! e muito bem !

e eu que tinha a certeza (das absolutas quase sintéticas) que os gigantes tinham um acordo com a morte e que ela no dia de os vir buscar se enganava no gps ...

não fosse eu não acreditar no deus, pedia-lhe agora para, na eternidade, me dar um cantinho perto dele. assim podíamos ir tomar chá e comer bolinhos e passar tardes e tardes a discutir temas pseudo-intelectualóides de elevado interesse e baixa audiência.

assim sendo só tenho a dizer: Vais fazer-me falta Zé !

your body is a wonderland .

porque é que gostamos ainda mais deles quando nos dão para trás ?

[ eu cá suspeito que as mulheres nascem com o gene do SM ].

green eyes.

" i miss the way we sleep ".

selectvidad 2004. estesl 2005 . ? 2010

a minha amiga acabou do pôr no facebook as fotografias da sua graduación en medicina en Barcelona. 
o juramento hipocrático na mão dela. 
um sorriso do meu lado direito de Parabéns. é sincero.
uma pequena lagriminha de inveja do meu lado esquerdo. sincera também.

há 6 anos atrás começámos o caminho juntas.
quem me manda tirar APCT ?
odeio ser uma inútil licenciada!

"oferecemos-lhe o óleo"

andava eu no meio da insónia crónica a fazer aquele desporto fantástico a que chamam de zapping, quando paro por momentos num canal cujo não vou pronunciar mas que começa em M e termina em TV e me deparo com o rapazinho que diz ingenuamente:
"- não gosto de raparigas que precisem de manutenção"

tem graça. 
fez-me lembrar que deve estar por alturas da minha revisão periódica. deve ser por isso mesmo que ando aqui com um (ou dois) parafusos a menos. 

e no fim ainda perguntam "tem alguma dúvida ? "

acabei de vir de uma entrevista de trabalho.
e posso já dizer que não gosto nada de entrevistas de trabalho. é certo que foi a minha primeira. mas deu logo para ver que não gosto nada disto. 
passei os dois últimos dias a estudar, a rever matéria, a preencher aqueles quadrinhos ridículos que mais nos fazem sentir numa consulta de psicólogo barato do que outra coisa qualquer, em que temos de decidir quais as nossas qualidades e as nossas "menos qualidades" (ao que parece fica mal dizer defeitos). 

é coisa que não percebo. quando vamos trabalhar temos de deixar de ser pessoas normais e "teimoso" passa a ser "preserverante" e "dessarumado" passa a ser "criativo" ? enfim ...

pois lá fui à entrevista, todo nervosa porque já ia atrasada (pergunto-me como será que "atrasada crónica" se pode transformar numa daquelas qualidades da lista ...), não sabia bem o sítio e os saltos altos estavam a dilacerar o que restava dos dedos mindinhos. 

chego ao sítio e aparece-me uma rapariguita aos saltos a dizer "é ela, é ela". filha da patroa, supus eu. mal. era mesmo a patroa. 
"ora vamos para o jardim que aqui há pouco espaço". ok. natureza. agrada-me. podemos  conversar com as borboletas a passear e os passarinhos a chilrear.
e, de repente, " we'll have to speak in english so that we can confirm that you can speak fluently "
o quê ? ererer mas ninguém me avisou de nada !
toda uma entrevista preparadinha em casa em português e, de repentemente, sou obrigada a ligar o tradutor automático, estilo versão barata do google translator, a ver se a coisa pega. 

meia dúzia de perguntas, questões relacionadas com o salário e os horários (inexistentes) do laboratório e pronto. a chefa saltitona diz que tem dir pa outra reunião. a outra chefa mais calminha descarta-se logo do inglês e eu peço uma visita às instalações. (já que lá estive ao menos que bote os olhinhos no sítio).

'cabou-se.
leva-me à portinha, passou-bem e "xau xau".

prontoS. 
é isto. 
a minha primeira entrevista com duas pseudo-hippies, no meio dos jardins, com as moscas à volta, as abelhinhas a ver se picam e um "xau xau"no fim. 

apetecia mesmo dizer: "olhe, desculpa lá mas eu ontem tive a fazer uma análise altamente psico-introspectiva da minha pessoa enquanto profissional e pessoa integrada em módulos de equipa (epá, acho mesmo piadinha a estas denominações. fofinhas). andei a preencher quadrinhos às cores e a preparar frases inteiras de marketing para auto-promoção da minha pessoa e já me está a despachar assim ?já agora fique lá aí sentadinha para ouvir tudo o que eu andei a preparar juntamente com estes saltos altos desconfortáveis! "

e agora é esperar o e-mail do sim ou sopas. 

ta decidido.
não gosto mesmo nada de entrevistas de trabalho !

wich way ?

GOING EVERY WHICH WAY, Puzzle by Mike Nothnagel and David Quarfoot, edited by Will Shortz, retirado de http://donaldsweblog.blogspot.com/

Sinto-me literal e perigosamente perdida. Com tanta direcção à minha frente, que rumo vou eu escolher ?

é isto .

pastihas de canela : óculos de sol : conduzir à noite : gelado de morango : caipirinhas com a Charols : dançar no chão : dançar na coluna : dançar em qualquer elevação : andar descalça : conduzir depressa : mateus rosé aragonês special edition com a Andrea : conduzir : molhar os pés : andar à chuva : ar puro do campo : sentir areia nos pés : rir : gatos : bolinhos de côco : o sofá da "nossa" casa : conversas até de manha com o Pepa : sorrisos : os olhares sem palavras com a Dynnah : gomas ácidas : arroz doce da minha avó : rir tanto com a Saroccas até ter um ataque de asma : a Lua : estrelas : a praia e o Mar : parvoices com a Sue : as conversas "gastronómicas" com o Bruninho : cafuné : tremoços : lays com ketchup na cozinha do Igor : tarde de caracolada e imperial : comprar cd's : os meus momentos Zen : Minde : a mata : a minha meditação na areia : cantar pela casa : cantar pela rua : cantar até me mandarem calar : os beijinhos da Celina : a minha Tuna : as veteranas : as caloiras : as pijaminhas : dançar até a música acabar e acenderem as luzes : tontices e tolices : surpresas : SDC's : frio e cobertores : andar na rua até de manha : edredons fofinhos : palavras soltas : agarrá-las com a Sara na nossa varanda : miminhos e mimecos : ataques de cócegas com a Kikas : ir a concertos e saltar como se não houvesse amanhã : dormir no panda amarelo da Miana com a Debby e quando elas tomam conta de mim : milho e esparregado : os pés de fora do cobertor com a TéTé : a minha (in)dependência : sair de casa sem destino : os meus afilhados : as minhas madrinhas : a minha tenda : a nossa ILHA : arroz de cenoura : aquelas cumplicidades : aqueles momentos : as nossas coisas : cenas ..

e abracinhos! 

expectativa.

será também verde ?

Aemenium

a saudade de ir embora.
a expectativa de ser todos os dias um novo dia .

melhor assim

o que vai, nem sempre vem.

e assim se passa um dia sem fazer nada .

perdida pela blogoesfera (sempre achei uma certa piada a esta palavra, embora tenha sempre dúvidas de o "o" é pa parecer ali no meio, ou não).
ao menos se tivesse acrescentado algo de maior valor à minha vida!
mas não. foi só um dia perdido !

conheces de mim aquilo que nem sequer sei que em mim existe.

acabaste de entrar para os bancos que andam e eu já sinto a falta de te ter aqui.

a verdade é que se não fosse tudo tão complicado, era mais simples. e mesmo parecendo lógico que o complexo se desmortalize, as águas, por vezes, parecem voltar ao mesmo sítio. 
pudesse eu contar.te e explicar.te porque te arrasto e, certamente, esse olhar misto de indignação e incerteza, molhado pelo talhão de questões sem resposta, se transformaria num outro.

mas, nem sempre as palavras existem quando queremos. e há aqueles momentos em que, mesmo articulando da melhor maneira as frases, o sentido simplesmente não se desenha para os ouvidos. e sei que, mesmo que tentasse verbalizar, essas frases soariam ao pior dos sentidos quando a ti chegassem.
é claro que, não fossem as pessoas, os momentos existiriam mais plenos de não retrocessos, mas existem. e, mesmo que eu diga que ' a vida passa, o tempo colhe ', há razões que a própria vontade faz esconder.

vontade de te não perder, agora que ainda nem sequer sou tua. 
vontade de te encontrar, agora que podemos ainda ser dos dois.

talvez seja na hora vinte e cinco que moram as articulações daquilo que poderá ser o rascunho de um futuro (im)perfeito. provavelmente é naquele hora que não existe [mas que inventamos sempre que nossos corpos se tocam] que as entregas se adivinham puras e livres de fantasmas.

talvez seja.

a questão é que, nessa hora, eu não vivo aqui.
estou, sem hesitações, no mundo do sonho e da fantasia. naquele mundo onde me levas quando sussurras ao meu ouvido aquilo que adivinhas num eu a querer ouvir.
na hora que surge, rasgando o tempo dos segundos de sessenta, sei que não existe eu. não existe tu. não existe sequer qualquer equação de nós, porque as parcelas separadas não completam qualquer sentido.

conheces de mim aquilo que nem sequer sei que em mim existe.

e de cada vez que te afastas tenho a certeza que ainda não disse tudo. ainda não fizemos nada. ainda falta o ontem, o hoje, o amanhã ..! cada vez que te afastas tenho tanta coisa para te contar, para te dizer, para te mostrar.
e dá-me sempre esta vontade de voltar para trás no instante seguinte e dizer.te que as horas não passam, os segundos são meros exercícios de imaginação e que afinal podemos perder.nos na hora vinte e cinco.

podemos despir.nos. de mim e de ti.
existir no ar.
deixar o vento percorrer as costas, enquanto as mãos embalam o caminho.
procurar o caminho que não levará ao escondido do mundo.

J. (por A. )

um milhão de promessas silenciosas

palcos principais

' não queiras salvar alguém que já nasce condenado '

desconhecido .

e dás-me a mão escondido no meio dos dias .

L de lençois.

a janela aberta .
" - queres que a feche?
- não .deixa-a assim. " 

gosto de sentir a aragem da madrugada no corpo nú .

batas brancas

eu bem que estava a tentar manter-me simplesmente por um postzinho pequeno e semi-enigmático para não assustar ninguém com o tamanho da minha frustração neste momento. mas não consigo.
é que está mesmo difícil !

alguém me explica como se eu fosse uma criancinha de 4 anos, surda-muda, com défice mental e acabada de ser atropelada por um camião, porque raio é que hão de dificultar tanta a vida a quem simplesmente (sublinhe-se o simplesmente) estudar !
não é roubar.
andar na vadiagem .na gandulagem.
nem tão pouco coçar a micose (ou outros locais dos quais prefiro nem sequer vislumbrar no seio da desta minha conspurcada imaginação) como os senhores deputados políticos que se passeiam pelos corredores da assembleia da república. ah, não ! esperem ..eles nem sequer lá metem os pés, é verdade !

anyways, como eu estava a tentar exprimir, só queria poder, honestamente, sem qualquer 2ª, 3ª ou mesmo 4ª intenção, entrar para o cursinho de medicina, e estudar mais uma mão cheia de meia dúzia de anos (ja cá cantam 4 anos de uma licenciatura) para depois poder ir ajudar velhinhas e criancinhas doentes ou mesmo adultos pujantes com, quiçá, meras unhas encravadas no dedo mindinho do pé direito.

mas será assim tão difícil os senhores, que já são doutores, pararem de pressionar aquilo que, neste momento, já nem arcaboiço tem para ser pressionado, largarem o lobby (esse bicho de 9 cabeças e 11 braços de quem a maioria prefere fingir que não conhece) e deixarem abrir mais escolinhas e mais vagas para quem, desde pequenina,( ainda nem havia Merediths nem McDreamys) sempre quis andar de estetoscópio ao pescoço e passear uma batinha branca.

sei que para o maioria dos senhores, que já são doutores, estar sentado atrás da secretária a mandar bitaites sobre o crescimento de internacionais a preencher vagas nos hospitais, centros de saúde e unidades de saúde familiar e o aumento de nacionais a internacionalizarem-se no estudo da anatomia, porque cá dentro não deixam (!), sei que, para esses, a batinha quer-se imaculada e, de preferência, os doentes querem-se é longe da vista e da sala de (interminável) espera.
mas anda aqui uma pessoa uma vida quase inteira cheia de vontade de a conspurcar com acções de solidariedade e compaixão para com os enfermos e ninguém deixa !
é que é preciso ter cojones para do alto da janela estes senhores olharem para tanta gente e dizerem "vós que qeredes ser médicos e tratar dos doentes tirai o cavalinho da chuva, porque aqui o senhor dótor sou eu" .

e isto deixa-me danada da vida !

30 vagas

503 candidatos. posição 261.
não é mau.
simplesmente insuficiente .

triste . revoltada .

sms's

tirururu .
toca o telemóvel .pum pum .batida cardíaca ligeiramente mais acelerada.
há tempos que não me sentia assim ..

and it feels gooooooooood.
(who cares if this leads to nowhere ? )

the simpsons ou conselhos inteligentes

Preocupe-se mais com o seu caracter, do que com sua reputação. Caracter é aquilo que você é! Reputação é apenas o que os outros pensam de você.

..sempre gostei destas duas palavras.

provocadora.
predadora.

Marchar por uma causa. Iniciativa CVP Portimão .


Retirado de: http://cvp-emergencia.blogspot.com/

renovações

há uma qualquer sensação de quietude num quarto a meia.luz .

na praça

nos preparativos de ( finalmente ) largar a esfera das existências .

do teu abraço

.. estando longe

estive tão perto ..

natura

Um velho índio estava a falar com o seu neto e contava-lhe:
"Sinto-me como se tivesse dois lobos lutando no meu coração. Um é um lobo irritado, violento e vingativo. O outro está cheio de amor e compaixão."

O neto perguntou:
"Avô, diga-me, qual dos dois ganhará a luta no seu coração?"

O avô respondeu:
"Aquele que eu alimente."

talvez

talvez um dia te encontre em mim .

e assim seja


Não acredites em nada só porque é aceite por muitos, está escrito nos livros, é comunicado por professores e anciãos, é transmitido pela tradição.
Mas se, após análise, 
estiver de acordo com a razão 
e daí resultar benefício para o bem comum, então aceita isso e vive em conformidade.
(Kalama Sutra)

dizia a S. (I)


eu ja nem peço um principe
pode ser o bobo da corte
que eu gosto q me façam rir

and sometimes i find myself thinking .L.




[ porque às vezes é preciso recordar de vez aquilo que é preciso encerrar. (abril '09)]


..e, então, às vezes ponho-me a pensar, porque hei-de eu buscar aquilo que nem sequer sei se em mim quero . 
e, eventualmente, surgem aqueles momentos em que só me apetece atravessar as pontes que de mim crio, e desligar o interruptor daquilo que serão os gestos (não) pensados e, possivelmente, nunca ensaiados nos palcos de giz transparente. mas acabo por não desligar, e chego à margem que não sei conhecer, mas que imaginei e criei e que, por isso, existe por entre os segundos que nela intercalam e se balançam. suspendo-me nas cortinas riscadas pensando que este será o ultimo momento da peça e, quando minha boca se prepara para ouvir aquela que seria escrita a minha última fala, já meu corpo se dirige para o prefácio. rescrito e revisitado vezes sem conta pelas pontas dos meus (seus) dedos.
e mesmo quando surge aquela ansiedade de querer entender e explicar aquele vontade insípida de sabor flutuante, mas que não quero, não posso, deixar de sentir, a tentativa de virar os pés para o deserto e deixar o momento é totalmente inoportuna, e minha pele ignora-a como que se de um ponto final abandonado se tratasse. porque quando as palavras deixam de existir, e apenas o calor se ouve, não é meu pensamento que (te) responde mas sim todas aquelas porções, ínfimas e escondidas, que a mim me fazem e que de mim existem. 
..e, então, às vezes ponho-me a pensar, porque hei-de eu buscar aquilo que nem sei se em mim quero . e, eventualmente, as imagens do que pretendo largar cravam-se em mim como se o suor permitisse o não despegar do tempo. e, apesar de as mãos buscarem esses papeis a preto e branco para os largarem nos ventos que trazem os cheiros que tanto (demais) conheço, perdem-se nos trajectos sombrios e perfeitos que a voz castiga.  
talvez seja o silêncio das coisas a mostrar que nem sempre o caminho marcado é o percorrido pelo infinito, talvez seja o escuro a dizer que a média luz exibe o que deseja ser por demais escondido. 
talvez eu não queira saber . 
..e, então, às vezes ponho-me a pensar se o silêncio do escuro não será apenas o tempo daquilo que em mim adio, por saber que real, será apenas imaginado em mim.