não fosse eu ser ateia ..

--não percebo.
desde pequenina que sempre pensei que os gigantes eram imortais! pelo menos quando via as imagens nos livros coloridos eles eram sempre invencíveis e nada os detinha ...
eu cresci a acreditar nisto!

e hoje tenho a maior desilusão da minha vida ao descobrir de forma abrupta, diria até repentina e quase desumana, ainda enramelada com a falta de orientação de quem acaba de acordar, que, afinal, os gigantes morrem ... um murro no estômago ... caiu-me uma lágrima. pequena. mas sentida.
tive vontade de fazer beicinho, olhar para a minha mãe e perguntar 
" -mas porquê, mãmã? ",
não fosse eu não tratar a minha mãe por mãmã e não fosse também eu suspeitar que a resposta dela fosse algo semelhante a 
" -esse comuna só peca por tardar! " 
com uma voz semi-enraivecida.

então passei o dia todo a tentar descobrir como é que um génio do tamanho de mil e uma palavras pode morrer assim!
como?
como é que alguém que vê o que a cegueira não deixa, que vive o que a morte vai deixando, nos abandona assim?
então e os livros que ainda não li ? os que ainda não escreveu ? os que ainda não pensou e os que imaginou?
mas ele ainda tava bom ! não tava 'dessaranjado' ! ainda escrevia .. muito ..e bem ! e muito bem !

e eu que tinha a certeza (das absolutas quase sintéticas) que os gigantes tinham um acordo com a morte e que ela no dia de os vir buscar se enganava no gps ...

não fosse eu não acreditar no deus, pedia-lhe agora para, na eternidade, me dar um cantinho perto dele. assim podíamos ir tomar chá e comer bolinhos e passar tardes e tardes a discutir temas pseudo-intelectualóides de elevado interesse e baixa audiência.

assim sendo só tenho a dizer: Vais fazer-me falta Zé !

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