Mitos Urbanos


Vi isto e não consegui resistir!

Porque as mulheres vão em grupo à casa de banho

Quando TENS mesmo de ir a uma casa de banho pública, encontras uma fila tão grande de mulheres que até parece que o Brad Pitt está lá dentro a dar autógrafos.
Por isso, resignas-te a esperar, sorrindo amavelmente para as outras mulheres que também cruzam as pernas e os braços, discretamente, na posição oficial de "tou aqui tou-me a mijar!".
Finalmente é a tua vez! E então chega a típica "mãe com a menina que não aguenta mais" a dizer: "a minha filhota já não aguenta mais, desculpe, vou ter de passar à frente, que pena!".
Então espreitas por baixo de cada cubículo para ver se não há 
pernas de mulher a aparecer. Mas claro que estão todos ocupados (cada um exibe um par de pernas por baixo, que é o sinal internacional de "cubículo ocupado").

Finalmente, abre-se um e lanças-te lá para dentro, quase derrubando a pobre coitada que ainda está a sair. Notas que tem a bolsa pendurada ao pescoço e que está a escorrer em suor mas não lhe dás importância.
Entras e vês que a fechadura está estragada (está sempre! É a lei de Murphy em acção), mas não importa... Penduras a mala no gancho que há atrás da porta e... MAS QUAL GANCHO? Nunca há gancho quando se precisa de um! É ganchos e polícias.
Inspeccionas a zona, vês que o chão está cheio de líquidos indefinidos e fétidos, e não te atreves a pousá-la lá, por isso penduras a mala ao pescoço enquanto vês como balança debaixo de ti, sem contar que a alça  te desarticula o pescoço todo, porque a mala está cheia de coisas que foste metendo lá para dentro durante os últimos meses, a maioria das quais nunca usas, mas que tens no caso de...
Mas, voltando à porta... como não tinha fechadura, a única opção é segurá-la com uma mão, enquanto com a outra baixas as calças e as cuecas num instante e pões-te na posição...
Finalmente, que alívio... mas aí as tuas coxas começam a 
tremer porque nisto tudo já estás suspensa no ar há uns bons dois minutos, com as pernas flexionadas, as cuecas a cortarem-te a circulação das coxas, um braço estendido a fazer força na porta e uma mala de 5 quilos a cortar-te o pescoço!

Gostarias de te sentar, mas não tiveste tempo para limpar o assento da sanita nem a tapaste com papel. Interiormente achas que não iria acontecer nada, mas a voz da tua mãe faz eco na tua cabeça a dizer
"nunca te sentes numa sanita pública", e então ficas na "posição de aguiazinha", com as pernas a tremer e quase a gemer do esforço...
Então por uma pequeníssima falha no cálculo de distâncias, um fino fio do jacto salpica-te e molha-te até às meias! Com sorte não molhas os sapatos... é que adoptar "a posição" e mantê-la durante mais de dois minutos requer uma grande concentração e perícia apenas acessível aos praticantes de Yoga ou de Kamasutra.
Para distanciar a tua mente dessa desgraça, procuras o rolo de papel 
higiénico, mas… NÃO HÁ PAPEL! O suporte está vazio!

Então rezas aos céus para que, entre os 5 quilos de bugigangas inúteis que tens na mala pendurada ao pescoço, haja um miserável lenço de papel... mas para procurar na tua mala tens de soltar a porta...
Duvidas um momento, mas vês não tens outro remédio. E quando soltas a porta, alguém imediatamente a empurra, dá-te uma trolitada na cabeça que te deixa meio desorientada mas ainda assim consegues rapidamente travá-la com um movimento rápido e brusco de fazer inveja ao Chuck Norris enquanto gritas "OCUPADO!"
E assim toda a gente que está à espera ouve a tua mensagem e já podes soltar a porta sem medo, ninguém vai tentar abri-la de novo (nisso as mulheres têm muito respeito umas pelas outras).
Encontras o lenço de papel! Está todo enrugado, tipo um rolinho, mas não importa, fazes tudo para esticá-lo, finalmente consegues e limpas-te. Mas o lenço está tão velho e usado que já não absorve e molhas a mão toda, ou seja, valeu-te de muito o esforço de desenrugar o maldito lenço só com uma mão!
Então ouves algures a voz de outra mulher nas mesmas circunstâncias que tu a dizer em voz suplicante "alguém tem um pedacinho de papel a mais?"
Com o o galo que tens na cabeça da marrada da porta, o linchamento da alça da mala, o suor que te corre pela testa, a mão a escorrer.... Estás exausta!
Quando páras já não sentes as pernas, arranjas-te rapidíssimo e puxas o autoclismo a fazer malabarismos com um pé, muito importante! Depois lá vais pró lavatório.
No lavatório está tudo cheio de água (será mesmo água? lembras-te do lenço de papel... e das mulheres aflitas para usarem um cubículo quando não havia nenhum disponível…), então como não podes soltar a mala nem durante um segundo, pendura-la no teu ombro, não sabes como é que funciona a torneira com os sensores automáticos, então tocas até te sair um jacto de água fresca, consegues sabão, e lavas-te numa posição do corcunda de Notre Dame para a mala não resvalar e ficar debaixo da água.
Nem sequer usas o secador, é uma porcaria inútil, pelo que no fim secas as mãos nas tuas calças - claro, porque não vais gastar um lenço de papel para isso - e sais da casa de banho...
Nesse momento vês o teu namorado, ou marido, que entrou e saiu da casa de banho dos homens enquanto o diabo esfrega um olho e ainda teve tempo para ler um livro de Jorge Luís Borges enquanto te esperava.
"Mas por que é que demoraste tanto?" - pergunta-te o idiota. "Havia uma fila enorme" - limitas-te a dizer com expressão abatida.
E pronto, é esta a razão pela qual as mulheres vão em grupo à casa de banho, por solidariedade: uma segura-te na mala e no casaco, a outra na porta e a outra passa-te o lenço de papel debaixo da porta, assim é muito mais fácil e rápido, pois só tens de te concentrar em manter "a posição" e "a dignidade", que embora não pareça são duas coisas muito importantes.

retirado de http://doiscliques.blogs.sapo.pt/256167.html

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