afinal eles aparecem sem se chamar

E os fantasmas desaparecem por si ...

... basta saber fazer pffffff.

ghostbusters

alguém tem o número verde dos caçadores de fantasmas ? é que tou a precisar de mandar uns quantos fora !

vezes dois .

deve ser disto que são feitos os sonhos .(pesadelos?)
fazemos asneira atrás de asneira e ficamos à espera que alguém se dê conta entretanto, para não termos que ser nós a abandonar.
às vezes é mais fácil pensar que vamos ser julgados pelo crime, em vez de ter de confessar a intenção.
e nem sequer sei, no meio de tudo isto, se quero mesmo cumprir pena.

" de que é que precisas? "

' não param as gralhas, as reticências, as interrogações '

" da Th. "

uma noite foste lá a casa . deves lembrar-te, porque foi a única. 
esperei que saísses do importante jantar .preparei a cama .a média luz ..quase adormeci à medida que o relógio ia correndo cansado .quando chegaste nem sequer fiz um esforço para acordar e ganhar energia para te receber .não era preciso .contigo, era capaz de dar a volta ao mundo a pé, e não me queixar do cansaço nem das dores nos pés. (e nunca foste capaz de perceber isso! )
chegaste .olhaste-me e despiste-te, esperando que eu fizesse o mesmo .assim o fiz .
não queria nunca desapontar-te, nem nos gestos, nem nas acções .(e muito menos nas palavras...)
estávamos já deitados e suados quando o gato obeso entrou .mal o viste, a tua primeira reacção foi desatar a rir, daquela maneira tão parva e infantil com que te rias quando não pensavas em mais nada. viraste-te para mim com o ar de gozo e começaste a cantar "bólinha dxi futxibol, ólha a bólinha dxi futxibol".
e eu ri-me.
por ser parvo .por seres tu ao meu lado, a dizer-mo !
a partir desse dia sempre que me telefonavas lembravas-te do "bólinha dxi futxiból". e eu voltava a rir-me.
sempre.
por ser parvo .e por seres tu ao meu lado, a dizer-mo !
e desapareceste .nunca mais me falaste .e eu passei a fingir que não exististe.
e hoje fui lavar a loiça do jantar .e bebi o leite na caneca em forma de bola de futebol .e a "bólinha dxi futxibol" voltou-me ao pensamento .e ,por momentos, tive vontade de partir a loiça toda e atirar o escorredor mais o fairy e esponja pela janela .e a seguir partir as portas dos armários .e dessarrumar o chão ao mesmo tempo que fazia buracos nas paredes.
tudo isto porque, na verdade ,bem sabes que o meu corpo ainda não esqueceu totalmente o teu .
e tudo o que (não) fizeste e (não) me dizeste dói mais do que a realidade de teres deixado de ser real em mim.

( e este sentimento ainda revolta mais que o facto de simplesmente existir).

' pelo sonho é qe vamos '

existem pessoas.
existem momentos.
e existem pessoas que fazem os melhores momentos.

butterfly effect

momentos de fraqueza.
de ingénua certeza, seguidos destes soluços de incerteza. Quanto a ti e quanto ao mundo.
sei que quero ficar aqui, onde que aqui seja. e, no entanto, não deixo de temer que as vontades sejam feitas apenas da rapidez das palavras e que as demonstrações minhas não deixem de ser fruto do conteúdo vazio por demasiado tempo.
aquilo que aquece muitas, e a maioria, das vezes, disfarça inconsequentemente tudo o que simples e repetidamente não desaparece
( ou aparece em jeitos de intervalos sem se revelar por demasia, lavando a abandonar irrepetidamente os cortejos ).

e a teimosia, no final de contas, deixa sempre pontas por atar.

pure morning

acordas de manhãzinha. 
está na janela aquele sol amarelo que ainda não aquece mas que, mesmo assim, já não te deixa dormir mais.
levantas.te para fechar as portadas porque não há nada como um quarto bem escuro para fazer enterrar fantasmas e mergulhar deep down naquele sono que deveria ser reparador ou apagador de histórias.
e, de repente, o frio da janela lembra-te que, afinal, há calores que não esqueceste e, por momentos, queres tanto voltar a eles que os teus pés parecem quase desgarrar do chão.
assustas-te pela força e energia que afinal as desfocagens ainda têm. seguras.te bem à mesa que tens a teu lado para que não haja sequer a possibilidade de viajares.
fechas as portadas muito depressa e com muita força
assim desaparecem os monstros e escondes as lágrimas, não vá dar-se o caso de alguém entrar de repente.
e corres para a cama para te esconderes debaixo dos lençois, do endredon, e da manta. e mais tecidos houvera para que nem tu própria pudesses ver o que a força do tempo ainda não foi capaz de fazer desaparecer.

quarto 115

daqueles dias em que queria:

  • uma massagem nos pés 
  • chocolate preto
  • uma cama previamente aquecida por um corpo para explorar a seguir
  • ginger.ale com rodela de limão
  • ( já mencionei a massagem nos pés?)
realidade (nua a crua): um quarto de hotel vazio, televisão com má recepção e uma cama a meu lado por abrir.

" e no Bairro mais alto do sonho "

tentei (obrigar-me) a acreditar que ia ser igual. e convenci-me disso por uns tempos. 
sabia bem que as aparências valem sempre pelo que valem, e as desilusões consomem os poucos fôlegos dissonantes que vamos tendo, à medida que os quadros escorrem pra um outro universo perdido nas dimensões do tempo.
convenci-me que podia ser contigo aquilo que foi, e era, com os outros. chegava-me perto de ti, não te ouvia nem falava. olhava mas não te via. e vinha-me.

[na mais pura e orgulhosamente egoísta forma de o fazer]

convenci-me por uns tempos, até, que as vontades de desejos eram meras gotas daquelas chuva que dizem molhar os tolos e, assim, eu ficaria encharcada sem sequer ter que perder muito tempo a pensar nisso. e as consequências seriam bastante óbvias; ninguém gosta de andar à chuva e tu, sem casaco para te protegeres, irias facilmente embora, virando costas a meus cabelos a pingar.
mas ficaste. 
e eu continuei a convencer-me de que seria apenas pelo calor das coisas e que, apesar de a chuva ter terminado, o frio de mim, e de minha pele na tua, seria perfeitamente competente para te virar do avesso e levar-te para os caminhos longe da poeira azul dessa estrada que (quase nunca) percorro.
achei que, se te ouvisse, te cansarias de me falar; e que, se te falasse de mais, te cansarias de ouvir. 
na demasiada verticalidade dos encontros perdidamente escondidos, te cansarias de esperar pelo prémio de consolação.
quis achar que, se te sorrisse o sorriso terno, te sentirias culpado, e que essa culpa te pesaria no corpo, mais do que a vontade que eu tinha de estar contigo
se eu conseguisse afastar-te de mim, antes de querer demais a tua presença, o problema estaria bem mais que resolvido, e não seriam precisos shots de whisky nem lenços de papel cor-de-rosa e aromatizados, para me ajudar a ultrapassar a tua não vivência em mim. a falta de um processo continuado na minha dorsal aflita.
mas, afinal, não te cansaste de falar nem de me ouvir. e eu fiquei ainda com mais vontade de te ouvir e de te contar o mundo, nas conversas de segundos sem paragens. não te sentiste culpado com o meu sorriso, e eu deixei-me levar pelo teu.
para onde?
não sei.
só sei que me raptaste em teus braços, no teu cheiro, no teu corpo, e que me levaste para um mundo que não sei onde fica.
( pergunto-me, por momentos, se as M's teóricas não, serão, na prática, mais reais que os sonhos em que acreditamos poder tocar ? )
se o abandonar agora , tenho a certeza de que ficarei perdida. não sei o norte nem o sul. e nem mesmo o sentido de orientação mais puro seria capaz de colocar na rota certa. porque, teria de saber onde estou e para onde quero ir.
e só sei que, por agora, quero deixar-me ficar por aqui.