batas brancas

eu bem que estava a tentar manter-me simplesmente por um postzinho pequeno e semi-enigmático para não assustar ninguém com o tamanho da minha frustração neste momento. mas não consigo.
é que está mesmo difícil !

alguém me explica como se eu fosse uma criancinha de 4 anos, surda-muda, com défice mental e acabada de ser atropelada por um camião, porque raio é que hão de dificultar tanta a vida a quem simplesmente (sublinhe-se o simplesmente) estudar !
não é roubar.
andar na vadiagem .na gandulagem.
nem tão pouco coçar a micose (ou outros locais dos quais prefiro nem sequer vislumbrar no seio da desta minha conspurcada imaginação) como os senhores deputados políticos que se passeiam pelos corredores da assembleia da república. ah, não ! esperem ..eles nem sequer lá metem os pés, é verdade !

anyways, como eu estava a tentar exprimir, só queria poder, honestamente, sem qualquer 2ª, 3ª ou mesmo 4ª intenção, entrar para o cursinho de medicina, e estudar mais uma mão cheia de meia dúzia de anos (ja cá cantam 4 anos de uma licenciatura) para depois poder ir ajudar velhinhas e criancinhas doentes ou mesmo adultos pujantes com, quiçá, meras unhas encravadas no dedo mindinho do pé direito.

mas será assim tão difícil os senhores, que já são doutores, pararem de pressionar aquilo que, neste momento, já nem arcaboiço tem para ser pressionado, largarem o lobby (esse bicho de 9 cabeças e 11 braços de quem a maioria prefere fingir que não conhece) e deixarem abrir mais escolinhas e mais vagas para quem, desde pequenina,( ainda nem havia Merediths nem McDreamys) sempre quis andar de estetoscópio ao pescoço e passear uma batinha branca.

sei que para o maioria dos senhores, que já são doutores, estar sentado atrás da secretária a mandar bitaites sobre o crescimento de internacionais a preencher vagas nos hospitais, centros de saúde e unidades de saúde familiar e o aumento de nacionais a internacionalizarem-se no estudo da anatomia, porque cá dentro não deixam (!), sei que, para esses, a batinha quer-se imaculada e, de preferência, os doentes querem-se é longe da vista e da sala de (interminável) espera.
mas anda aqui uma pessoa uma vida quase inteira cheia de vontade de a conspurcar com acções de solidariedade e compaixão para com os enfermos e ninguém deixa !
é que é preciso ter cojones para do alto da janela estes senhores olharem para tanta gente e dizerem "vós que qeredes ser médicos e tratar dos doentes tirai o cavalinho da chuva, porque aqui o senhor dótor sou eu" .

e isto deixa-me danada da vida !

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