apenas vírgulas, L. ..

porque aquilo que é a sensação de ter perdido o mapa, não é nada comparado com os breves instantes de asas escondidas no mergulhar do tempo.
porque apesar de as palavras esmagarem contra a parede aquilo que outrora habitou um outro corpo desaparecido no fluir das linhas, nada pode vir a ganhar a mesma energia de quando é o vento o digníssimo portador dos silêncios orgulhosamente forçados.
e, no entanto, não deixa ter sido um caminho que os pés, cientes de todo o ardor, tocariam de novo (mesmo que em pontas).
os olhares escondidos num toca e foge escorregadio, não permitem que se sinta, mais uma vez, (por uma que seja!), o rubor que, perdido em ponteiros, deixou de ter o mesmo sentido.

o som daquelas frases, soltas, à procura de um poiso seguro, menos flutuante que as noites infantis passadas algures entre o norte e o sul de quem desconhece a direcção dos factos. o som dessas frases que, apesar de insensatas, não param de ecoar, distorcidas, remexidas. talvez repetidas a alguém que não saberá conhecer-lhes tão bem o sabor.
foi quando soou, pela primeira vez, a mensagem dos corpos no espaço do frio, que ficou prontamente escrita a história inacabada que se conheceu. sem direito a ponto final . apenas virgulas no intervalo de nós.

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