figurantes

talvez porque o encaminhar dos dias nos leve apenas ao desinteresse das palavras soltas. ou porque os momentos desprendidos do tempo se tornam ilegíveis naquilo que é o diluir da culpa. o peso que carregam os factos pende sobre uma leveza estranha de conhecimento e pouca importância.
a verdade é que a necessidade de sentir no desejo o toque de uma outra existência insignificante conduz ao desaparecimento da personagem principal.
e, apesar de tudo isto, não deixa de ser irónico que os papéis se sucedam como as folhas de papel rasgadas quando os escritos não coincidem com os humores de há instantes. e deixa de haver personagem principal para surgirem no arco constantes trocas de direcção acompanhadas de um cigarro demorado.

que interessa tudo isto se, no fim, deixa de haver forma de conhecer o verdadeiro por estar imerso num universo de espelhos ?

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