Baby, I love your way !

Mesmo com aquele vento gelado na cara que enregelva as mão, estava difícil manter os olhos abertos. Não nos deitámos assim tão tarde, mas eu estava cansada com algumas coisas da vida e tu ansioso com outras.
Razões entre nós nunca faltaram para noites assim.
Deixei-me dormir, como todas as vezes, no teu peito. É sempre ali que mora o meu momento especial do dia. O meu lugar sagrado onde medito na vida, faço planos de futuro, planeio o dia seguinte, decido o jantar e a lista de compras e imagino a inifinitude do universo (e sei que também pensas no mesmo, com o braço à minha volta. No universo, digo).
Estavas agitado e eu sinto-o sempre. Acordada ou nos sonhos.
Por isso, de manhã, estava mesmo cheia de sono e, ainda por cima, a água quente continua a não funcionar o que me deixou muito mal-humorada.
Estava, então na passadeira, quando começou a passar no iPod aquela música do Bob que tantas ouvia quando estava em Coimbra [Carcavelos, Cascais, Lisboa ..] para me animar. Em loop. Para lembrar de uma história linda e de livro que ainda podíamos vir a viver. Connosco, contigo, sempre funcionou assim: "ainda vai chegar o momento .." .Um misto de espera e esperança.
De qualquer das maneiras, há dias vínhamos no táxi do Bairro Alto para casa e estava a dar a música na rádio. Agarraste a minha mão, apesar da tua bebedeira não te deixar saber porque o fazias, muito menos recordá-lo no dia seguinte. Mas eu SEI que foi um sinal. De que vamos viver a nossa história.
Então, hoje de manhã, quando o sentia o frio gelado, passou a música. E sorri, sozinha na passadeira, com todos aqueles encasacados caminho de um trabalho ou a fugir de uma vida. E enchi-me de vontade de voltar para trás. Acordar-te e dizer: "Olha a música! Aquela que não sabes mas que representa a história linda que, afinal, já estamos a viver!".

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